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sábado, 17 de dezembro de 2011

17 de dezembro de 2006: o dia que não acabou completa cinco anos.

Este sáb. marca meia década do jogo mais importante da história do Inter. Ídolos lembram instantes históricos da vitória sobre o Barcelona

Adriano Gabiru Internacional arquivo (Foto: AP)

O grito de Adriano Gabiru, o anti-herói: maior momento da história centenária do Inter
        - O Índio deu um chutão, e eu fiquei acompanhando a bola. Eu estava lá atrás no início.
Nunca imaginei que ia ter a chance de fazer o gol. Na verdade, nem pensava que entraria no jogo.
         Mas Gabiru entrou no jogo. Faz cinco anos que Gabiru entrou no jogo – que ironia: no lugar de Fernandão, núcleo do time, ídolo máximo dos colorados. Faz cinco anos que Índio deu um chutão. E que Luiz Adriano desviou de cabeça. E que Iarley, histórico, engambelou a defesa do Barcelona. E que Adriano Gabiru recebeu. E tocou. E fez o gol.        Eram 36 minutos do segundo tempo em Yokohama, Japão, o outro lado do mundo. Era uma manhã de sábado em Porto Alegre. O universo colorado, esse mundo construído por tantas alegrias e decepções nas décadas anteriores, pulsava como jamais tinha pulsado antes. “Que diabos”, pensaram pouco antes os torcedores ao ver Fernandão, um mito, sendo substituído por Gabiru, o anti-herói, a decodificação de uma torcida ainda desconfiada com as peças que o futebol poderia pregar. E naquele dia o futebol pregaria, sim, mais uma peça. Mas a favor do Inter.
                                                     
Ronaldinho gaúcho na final do Mundial da FIFA pelo Barcelona contra o Internacional (Foto: EFE)Enquanto Inter comemora, Ronaldinho sofre em
Yokohama 

      Poucas coisas podem ser mais emblemáticas do que o grito que Adriano Gabiru, vestido com o número 16 daquela camisa branca, soltou naquele instante único nos mais de 100 anos de vida do Sport Club Internacional. Ele cuspiu o chumbo que pesava no corpo dele. Poderia ter sido Fernandão, poderia ter sido Iarley, poderia ter sido Alexandre Pato. Mas tinha que ser Adriano Gabiru. Nada poderia ser mais simbólico, mais doído, mais colorado do que Gabiru fazer o gol. É maluco pensar que foi ali, naquele toque que ele deu na bola, que cada colorado percebeu que sua personificação era Adriano Gabiru. Desde sempre
   Vencer o Barcelona por 1 a 0 e dar a um clube seu primeiro título mundial é um gesto que rende uma porção de heróis. As defesas de Clemer, a precisão de Ceará na marcação sobre Ronaldinho Gaúcho, a entrega de Índio e seu nariz quebrado, a perfeição de Fabiano Eller (não errou uma vírgula de jogada na partida inteira), a competência de Rubens Cardoso. A garra de Edinho, a destreza tática de Wellington Monteiro, a entrega à marcação de Fernandão, a composição de Alex pela esquerda. A genialidade de Alexandre Pato. A estrela de Iarley. E o gol de Gabiru. Faz cinco anos que o Inter se tornava campeão do mundo em cima do Barcelona de Ronaldinho Gaúcho, Xavi, Iniesta, Deco, Puyol...
Parecia surreal o Inter vencer o Barcelona naquele 17 de dezembro. O gigante catalão não era o timaço de hoje. E tinha perdido Messi e Eto’o, lesionados. Mas era muito forte. E os brasileiros, depois da Libertadores, pareceram enfraquecidos sem Bolívar, Tinga, Jorge Wagner e Rafael Sobis, todos vendidos.
   A prévia da final foi assustadora. O Inter sofreu para vencer o Al-Ahly, do Egito, por 2 a 1, gols de Alexandre Pato e Luiz Adriano. E o Barcelona massacrou o América-MEX: 4 a 0.
   - Nos minutos que antecederam ao gol, eu só estava pensando em como sair vivo dli, segurar o 0 a 0 e ir para os pênaltis – afirmou Fernando Carvalho, na época presidente do Inter.

Mas foi diferente dentro de campo. Os jogadores, aos poucos, foram sentindo que o osso não era tão duro de roer.
- Em campo, a gente não estava pensando em levar para a prorrogação. Nem olhamos o relógio. Quando acabou o primeiro tempo, vimos que o Barcelona não era tudo aquilo – lembrou o zagueiro Fabiano Eller.
E o resultado mostrou que o zagueiro estava certo. O apito final levou comoção aos colorados. Foi uma festa que durou pelo menos 24 horas em Porto Alegre, enquanto os jogadores, no Japão, comemoravam em uma churrascaria – por mais inusitado que isso pareça.


O elenco retornou ao Brasil dois dias depois da final. O avião pousou na base aérea de Canoas. De ônibus, com a taça em mãos, os heróis rumaram para o Beira-Rio. Na época, a Brigada Militar chegou a estimar em 1 milhão de pessoas o público que, em algum momento, foi às ruas para festejar o retorno dos campeões mundiais – talvez um exagero, mas era uma multidão numerosa a ponto de se tornar incalculávrl. Em cartazes e faixas, colorados se dirigiam a Adriano, antes odiado: “Me perdoa, Gabiru”.
E o resto foi história. O Inter se manteve campeão nos anos seguintes. Ganhou outra Libertadores, ganhou duas Recopas, foi o primeiro brasileiro a vencer uma Sul-Americana. Foi convidado para disputar torneios contra gigantes europeus em Dubai e Munique. E teve outro Mundial, desta vez decepcionante. Mas que se dane Abu Dhabi. É 17 de dezembro.

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